TUDO QUE AINDA MORA EM NÓS de WALTER NOMURA
- Marisa Araujo
- há 2 dias
- 3 min de leitura
Abertura: 22 de maio, das 19h às 21h30 | Período: 23 de maio a 21 de
junho de 2025

A Galeria Movimento apresenta: Tudo que ainda mora em nós, nova exposição de Walter Nomura (Tinho), artista fundamental na formação da arte urbana brasileira e uma das presenças mais expressivas da pintura contemporânea nacional. Com obra na coleção da Pinacoteca do Estado de São Paulo e reconhecido com o 2º lugar no Prêmio Investidor Profissional de Arte – PIPA Online em 2012, Tinho construiu uma carreira marcada pela
coerência poética, cromatismo vivo e compromisso com as questões humanas e sociais.
Nesta nova série, o artista parte de suas memórias afetivas — vivências com os filhos, cenas da infância, fragmentos do cotidiano — para criar imagens que falam da permanência e da delicadeza da vida compartilhada. As obras tocam temas íntimos de forma universal, nos fazendo lembrar que os gestos mais simples — um abraço, uma manhã na praia, um olhar — são também os mais profundos.
Seus icônicos Bonecos de Pano retornam aqui com nova densidade simbólica: compostos por padrões, texturas e cores, são metáforas visuais do humano — construídos por encontros, afetos, rupturas e cicatrizes. A filosofia japonesa do kintsugi, arte de reparar o que se quebrou com ouro, aparece como um eixo conceitual da exposição: é pela memória, pelo cuidado e pelo amor que reconstruímos o que fomos e reafirmamos o que ainda somos.
Com curadoria de Paula Mesquita, tudo que ainda mora em nós transforma a cidade em cenário de relações, não de ruído. Ao invés de telas digitais e distrações, o que há é presença, percepção e sensibilidade.
Tinho é celebrado por artistas fundamentais da arte brasileira, que reconhecem sua potência e trajetória:
“Nós conhecemos o Tinho em 1989 na zona norte, onde nós estávamos pintando um
graffiti e ele chegou e se apresentou. Informação naquele tempo era muito escassa,
então com essa amizade trocamos o pouco que conhecimento que tínhamos na época.
Desde então nos tornamos amigos e fomos dividindo informações, pintando juntos.
Tinho sempre foi um visionário, um artista único, que retrata o cotidiano, sua vivência
nas grandes cidades, questionando diferenças sociais, retratando e filtrando esse
acúmulo de informações e diferenças que fazem parte de uma cidade fora do controle,
como por exemplo São Paulo.”
– Os Gêmeos
“Sobre o Tinho só posso falar bem. Além de ter uma obra dele na minha coleção, com
força de pintura pensada, participei a convite dele de um evento de pintura de rua onde
aprendi muito e pude ver de perto a incrível aventura de pintar montado em guindastes e
transformar o espaço urbano numa coisa, às vezes lúdica e às vezes grave, como um
susto de ver imagens em lugares impensados. E como diz o poeta Manoel de Barros:
‘Imagens são palavras que nos faltaram.’
– Carlos Vergara
“Tinho consegue ultrapassar os limites de sua origem pictórica no muralismo urbano
contemporâneo para o universo da pluralidade dos suportes da pintura e do objeto. Sem
perder o domínio harmônico da vibração cromática, seduz e expressa sua origem
sensível às questões sociais por meio de uma linguagem universal. Sua obra, coerente
com sua própria história, reúne ainda a simplicidade da expressão popular e a
complexidade singular de uma ampla abordagem poética.”
– Xico Chaves
“Conheci o Tinho através do Binho logo que comecei a fazer graffiti e me identifiquei de
cara com o que ele já fazia na época. Lembro que um dia o Binho me falou: ‘o Tinho é
diferente, ele tem o mundo dele, está focado em produzir arte, não só graffiti.’ Isso me
aproximou mais das artes plásticas, mudou o rumo das minhas criações.”
– Toz
Com sua sensibilidade, Tinho nos convida a lembrar o que realmente importa — e tudo aquilo que, apesar das transformações do tempo, ainda mora em nós.
Serviço:
Exposição: Tudo que ainda mora em nós
Artista: Walter Nomura (Tinho)
Curadoria: Paula Mesquita
Local: Galeria Movimento – Rua dos Oitis, 15 | Gávea
22451-050 - Rio de Janeiro, RJ | Brasil
Abertura: 22 de maio de 2025 (quinta-feira), das 19h às 21h30
Visitação: de 23 de maio a 21 de junho de 2025
Horário: Terça - Sexta | 11h - 19h
Sábado | 13h - 17h
Entrada gratuita
Sobre o artista:
Walter Nomura | TINHO
São Paulo, SP - 1973
Vive e trabalha em São Paulo, SP
Tinho inicia sua carreira na década de 80 integrando uma geração de artistas conscientes em assumir a produção da arte urbana como estratégia poética de reconhecimento, não apenas da própria cidade, mas assumi-la como linguagem, potente e equiparável às já tradicionais da história da arte. Sua produção que assume toda importância para a cena contemporânea brasileira, se mostra, junto a outros talentos da época, como precursora.
Fotos de Cristina Granato
Vídeo de Marisa Araujo

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