Abertura da Expoção-“Itália Brutalista: a arte do concreto”

Absolute Rio
4 de jul.
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Fotografias dos italianos Roberto Conte e Stefano Perego serão apresentadas no Polo Cultural Italia No Rio, em exposição inédita no Brasil

Caroline Mouchart, Andre Palatnic, Susi Cantarino, Ricardo Cantarino, Gilbert Heim e Niels Veenis - foto de Vera Donato

Reconhecidos mundialmente por registrar a arquitetura italiana, os fotógrafos Roberto Conte e Stefano Perego percorreram, por mais de cinco anos, toda a península de seu país de origem, cobrindo cerca de 20.000 quilômetros para documentar a grande variedade de edifícios brutalistas de diferentes tipos. Concluídas principalmente entre os anos 60 e 80 e caracterizadas pelo uso de concreto armado aparente, bem como por elementos estruturais claros e bem definidos, as construções delineiam uma estética essencial e única. Parte significativa destes registros poderá ser conhecida em “Itália Brutalista: a arte do concreto”, exposição aberta ao público no Polo Cultural ItaliaNoRio, no Centro, a partir do dia 4 de julho.

Da “Casa do Portuário” em Nápoles ao cemitério em Jesi, do Santuário de Monte Grisa, em Trieste, e às "Máquinas de Lavar" em Gênova, passando por feiras e museus, o projeto reúne inúmeros exemplos surpreendentes da arquitetura brutalista italiana. Da pesquisa de campo nasceu o livro “Brutalist Italy” (FUEL), com 146 fotografias de mais de 100 edifícios brutalistas italianos, repercutindo com sucesso considerável entre o público e a crítica internacional. A curadoria é dos próprios fotógrafos, em parceria com o Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro. As fotos foram exibidas apenas no Instituto Cultural Italiano em Berlim e representam a primeira mostra dedicada ao projeto da Itália Brutalista, com um recorte de 60 imagens reproduzidas e itinerância desta edição inicial.

O Ministério da Cultura, Tenaris, Ternium, Grupo Autoglass, Instituto Cultural Vale, Generali Seguros, TIM Brasil e Saipem do Brasil apoiam a exposição, com produção e coordenação da Artepadilla.

Saiba mais sobre Roberto Conte e Stefano Perego

Roberto Conte e Stefano Perego são dois fotógrafos de arquitetura italianos. Eles documentaram inúmeras construções extraordinárias em todo o mundo, com ênfase especial nos estilos arquitetônicos do século XX, apresentando os exemplos mais notáveis dessa época.

Suas fotos foram publicadas em diversos livros, como o “Atlas da Arquitetura Brutalista”, “This Brutal World”, “Ruin and Redemption in Architecture” entre muitos outros. Em 2019, publicaram "Soviet Asia" (FUEL), um livro fotográfico sobre o declínio do modernismo soviético na Ásia Central. Uma exposição de fotos do livro abriu o Festival de Cinema de Trieste de 2020, enquanto algumas fotos também foram incluídas em uma exposição realizada dentro do Festival BiArch, em Bari, em 2021. O livro foi apresentado no Politécnico de Milão e na EPFL em Lausanne, com ampla cobertura de mídia pelo mundo. "Soviet Asia" também teve uma edição especial para o Japão.

Em setembro de 2023, publicaram "Brutalist Italy" (FUEL), recebendo várias críticas positivas e divulgação em importantes veículos na imprensa. O renomado jornal inglês Financial Times incluiu a publicação na lista dos “10 melhores livros de arquitetura e design de 2023”.

Ambos foram convidados a dar palestras sobre seu trabalho como fotógrafos de arquitetura em diversas academias e instituições em Milão, Roma, Veneza, Trieste, La Spezia, Copenhague, Losanna, Mendrisio, Skopje, Moscou, Kazan, Ulyanovsk, Nizhny Novgorod e Almaty.

Trecho da introdução do livro dedicado à mostra, gerado na ocasião da primeira edição, em Berlim:

"É sobretudo no desejo de reconhecer que o concreto pode se referir a mais de uma época, representando o presente (ou futuro) e o passado ao mesmo tempo, que os arquitetos italianos se distinguiram de seus colegas no exterior. Durante o século XX, foi considerado principalmente um material voltado para o futuro: indicava uma era que ainda não havia chegado e foi veementemente negado que também tivesse um passado. Mas as circunstâncias italianas específicas deixaram os arquitetos ansiosos para representar seu passado e seu futuro".

Por Adrian Forty, professor emérito de história da arquitetura na The Bartlett, a Faculty of the Built Environment da University College London.

Fotos de Vera Donato