Criado em parceria com Vinicius Calderoni e produzido pela Sarau Cultura
Brasileira, ‘Nossa História com Chico Buarque’ tem elenco formado por
Laila Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão,
Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com participação especial de Cyda Moreno e Soraya Ravenle
Alfredo Del-Penho assina a direção musical e novos arranjos
para mais de 50 canções e trechos de composições do homenageado
ESTREIA:
Fotos de Cristina Granato
Ao longo das últimas seis décadas, Chico Buarque construiu uma obra monumental,
através de centenas de canções, álbuns, livros e espetáculos teatrais. Mais do que uma
produção vultuosa, suas criações ocupam um lugar único dentro da vida brasileira, ao
cantar momentos icônicos da história recente do país, mas também ao traduzir os
sentimentos mais íntimos do inconsciente coletivo nacional. ‘Nossa História com Chico
Buarque’ nasce justamente do desafio de contar um enredo absolutamente original,
concebido sob a inspiração do inesgotável universo buarqueano.
Com estreia marcada para 29 de agosto no Teatro Riachuelo Rio, este musical surgiu
de uma provocação da produtora Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, para o
diretor Rafael Gomes. Juntos, eles montaram ‘Gota D’água [a seco]’ (2016), em uma
releitura do clássico ‘Gota D’água’, e passaram por outras incursões no repertório do
homenageado: Rafael assinou uma montagem de ‘Cambaio’ e Andréa produziu ‘A
Ópera do Malandro’ e ‘Os Saltimbancos’.
O texto inédito é assinado por Rafael com Vinicius Calderoni, seu parceiro em diversos
projetos, e narra a saga de alguns personagens de duas famílias cariocas ao longo de
três gerações, como em um épico íntimo.
A ação se passa em três momentos: 1968, 1989 e 2022, não à toa datas fundamentais
para se contar a recente história política e social brasileira, quando, respectivamente,
o país atravessava a pior fase da Ditadura Militar, logo após vem o período da
redemocratização e chega na fase final, depois da pandemia e de uma nova ruptura
democrática.
Enquanto os conflitos, paixões, encontros e desencontros das personagens se
desenrolam no palco, mais de 50 canções e trechos de composições de Chico Buarque
se embaralham com os diálogos, pontuando a ação e se incorporando à dramaturgia,
ao complementar o que é dito pelos atores e revelar também o que não é dito, além
de avançar com a ação da trama. Tudo é embalado pela direção musical de Alfredo
Del-Penho, que criou novos arranjos para cada obra.
Entre as músicas selecionadas, estão clássicos incontestáveis (‘Construção’, ‘O Que
Será’), hits radiofônicos (‘A Banda’, ‘Olhos nos Olhos’), obras também compostas para
outras peças (‘Tatuagem’, ‘Roda Viva’, ‘A História de Lily Braun’) e criações mais
recentes.
Tijolo com tijolo como se fosse música
‘É um desespero ter que escolher dentro de uma obra de quase 400 músicas. O grande
critério é mesmo saber quais as canções que vão servir à narrativa. É uma peça cuja
proposta de dramaturgia se estrutura ao redor do quanto essas músicas fazem parte
de nossa vida’, conta Rafael Gomes, que, inclusive, buscou uma inspiração inicial para
toda a trama na canção ‘Construção’:
‘É uma inspiração de estética, no sentido de que os versos se repetem, alterando o fim
ou variando entre si. A gente também tem três gerações de personagens que de
alguma maneira se repetem ou não, ou variam entre si. Isso fica latente não só na
trama, no que está escrito como situação, mas na própria estética do espetáculo, em
que o elenco vai fazendo mais de um personagem conforme passam os anos’, revela.
‘Nossa História com Chico Buarque’ busca um certo conceito de arqueologia do
cotidiano, ao mostrar grandes e pequenos acontecimentos ao mesmo tempo. A
dramaturgia flagra o macro da vida coletiva do Brasil se relacionando com o micro da
vida do indivíduo e de uma família.
Para Rafael, pareceu natural criar uma história que se desenrolasse pelas seis décadas
de produção artística de Chico, tomando como marco inicial o lançamento de ‘A
Banda’, em 1966:
‘No palco, a plateia vai acompanhar três gerações de pessoas que vão tendo seus
descendentes e esses descendentes vão ressignificando o que foi feito antes, ou o
próprio amadurecimento das personagens vai transformando suas experiências
anteriores’, reflete o diretor, que contou com a parceria de Vinicius Calderoni para a
empreitada de criar toda a dramaturgia original.
A dupla comemora 16 anos de criação artística e 14 de fundação da companhia
Empório de Teatro Sortido. Curiosamente, esta é a primeira peça de teatro adulta
escrita por eles, que já assinaram o texto de dois infantis juntos.
‘Eu já dirigi textos que ele escreveu, já o dirigi em cena e em shows, já fizemos roteiros
de séries e filmes, mas a gente nunca tinha escrito teatro adulto juntos. Então foi um
ponto de chegada glorioso também que isso acontecesse com esse projeto e com a
obra do Chico. Eu tinha já um argumento quando o Vinícius entrou no projeto, já um
desenho da história e de como eu gostaria de contar. Ele entrou para realmente
avançar e melhorar as ideias, debater e escrever o texto em si’, conta Rafael.
Vinicius também é um parceiro constante da Sarau Cultura Brasileira e nos últimos
anos assinou a dramaturgia de ‘Elza’ (2018), dirigiu e escreveu ‘Sísifo’ (2019), com
Gregorio Duvivier, e ‘Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo’ (2022), com a Barca
dos Corações Partidos, três bem-sucedidos projetos da produtora.
Um elenco sob medida
Para encenar esta saga familiar repleta de personagens, épocas, viradas, canções e
conflitos, Rafael formou um elenco sob medida, que encontrou um texto ainda em
processo e participou da etapa final de criação dramatúrgica.
O time é formado por artistas vindos de formações e estilos bem diversos, como Laila
Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Larissa Nunes, Luísa
Vianna e Odilon Esteves, com a participação especial de Cyda Moreno e Soraya
Ravenle Além de se alternarem entre os mesmos personagens ao longo das épocas,
todos vivem pelo menos mais de um tipo em cena.
Situadas em três tempos distintos, as narrativas começam separadas e vão aos poucos
se interligando, formando um mosaico que contrapõe passado, presente e futuro. Um
narrador costura as tramas e traz a realidade sociopolítica do Brasil para as margens da
cena, encarnando também a presença-ausente de Chico Buarque e sua latente relação
com a vida do país, em termos históricos e emocionais.
Chico Buarque e a Sarau Cultura Brasileira
‘Nossa História com Chico Buarque’ marca mais uma etapa da longa relação de
parceria entre a Sarau Cultura Brasileira e o compositor. Entre os frutos, estão ‘Os
Saltimbancos’ (2012), ‘A Ópera do Malandro’ (2014) e ‘Gota D’Água [a seco]’ (2016),
todas as montagens idealizadas por Andréa Alves:
‘A obra de Chico Buarque passou a fazer parte da minha vida e trabalhar com o seu
repertório teatral virou um desejo constante. Nunca é demais render homenagem e
lembrar o seu tamanho, em um país cuja memória precisa ser sempre revisitada, para
que as novas gerações valorizem a sua cultura. Foram anos pensando em como e com
quem fazer esse espetáculo acontecer, até que alcançamos as oito décadas do
mestre’, conta a produtora, que celebrou recentemente os 30 anos da Sarau,
responsável por projetos como o musical ‘Elza’, o Festival Toca e a companhia Barca
dos Corações Partidos, entre muitos outros.
NOSSA HISTÓRIA COM CHICO BUARQUE
Texto: Rafael Gomes e Vinicius Calderoni
Músicas: Chico Buarque
Direção: Rafael Gomes
Direção Musical e Arranjos: Alfredo Del-Penho
Idealização e produção artística: Andréa Alves
Diretora de Projetos: Leila Maria Moreno
Com: Laila Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Larissa Nunes, Luísa
Vianna e Odilon Esteves. Participação Especial: Cyda Moreno e Soraya Ravenle.
Músicos: Alfredo Del Penho, Aline Falcão, Diego Zangado, Dudu Oliveira e Pedro Aune
Cenografia: André Cortez
Iluminação: Wagner Antônio
Figurino: Kika Lopes e Rocio Moure
Desenho de som: Gabriel D’Angelo
Direção de Movimento e Coreografia: Fabrício Licursi
Design Gráfico: Beto Martins
Coordenação de Produção: Vivi Borges
Produção Executiva: Diogo Pasquim
SERVIÇO
De 29 de agosto a 6 de outubro
Sessões duplas (matinê às 15h) nos dias 7, 14 e 22 de setembro e 5 e 6 de outubro.
Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19h. Matinê nos dias de sessão dupla (7, 14 e
22 de setembro e 5 e 6 de outubro), às 15h.
Duração: 150 (cento e cinquenta) minutos, contando com o tempo de intervalo.
Classificação Indicativa: 12 (doze) anos.
Ingressos:
Plateia Vip: De R$ 125 a R$ 250
Plateia: De R$ 110 a R$ 220
Balcão Nobre: De R$ 100 e 200
Balcão: preços entre R$19,50 e R$ 39
Vendas pela sympla e bilheteria do teatro
Comentários