Vivemos durante muitos anos negando as nossas emoções.
Ouvimos de nossos cuidadores, pais, professores: "Não chore, você não está sentindo dor."
Mas, quando estamos tristes queremos chorar, não por estar doendo fisicamente, mas por estar doendo por dentro.
Emoções devem ser vividas. Vivemos em busca constante de felicidade. Mas, nem sempre a vida é um mar de rosas. Não tem a menor graça isso. Viver eternamente feliz deve ser muito sem graça.
Vivemos em uma sociedade, com pessoas completamente diferentes umas das outras. Muitas vezes nos deparamos com pessoas que trabalham com mau humor e nos atendem com extrema ignorância e grossura, e isso na verdade é um problema dela, mas nos afeta. Ficamos irritados também.
Você se imagina trabalhando com aquilo que não gosta?
É muito ruim!!!! Não dá nem vontade de se levantar da cama no dia seguinte.
Pessoas que fazem o que gostam são mais realizadas, mesmo com os desafios normais da vida atribulada que temos.
Nossa vida nos dias de hoje é muito rápida, quando nos damos conta já estamos no final do ano, de novo. E nossas resoluções do fim do ano passado? Será que conseguimos atingi-las?
Ahhhh, queremos ser FELIZES. O tempo todo.
Mas e como fica a tristeza, a raiva, o medo, o nojo? As outras emoções básicas de nossa vida. Elas também precisam existir, e assim quando algo muito bom acontece, quando estamos vivendo um período muito feliz, apreciamos esse momento, e nos apegamos à ele, guardamos na memória.
Momento de tristeza também ficam guardados na memória. São lembranças, são momentos, todos nós vivemos bons e nem tão bons momentos durante a vida.
Já ouviu falar de um filme chamado Divertidamente? É um desenho animado de uma menininha e as suas emoções que vivem dentro de sua cabeça.
Esse filme foi solicitado pelo Dalai Lama à dois psicólogos e mestres budistas Allan Wallace e Paul Eckman.
Paul Eckman estuda as emoções há anos e sua filha Eve Eckman seguiu seu caminho e trabalha junto ao pai trazendo qualidade de vida as pessoas através do autoconhecimento, principalmente entendendo as nossas emoções.
Allan Wallace é considerado um dos homens mais felizes do Mundo. Inicialmente ele era Monge budista, e todo budista busca a cessação do sofrimento. Ele escreveu o livro Felicidade Genuína.
Sua Santidade o Dalai Lama queria levar as massas informações sobre vivenciar nossas emoções, então eles decidiram que a melhor forma seria através de um filme, e nada melhor do que uma animação da Disney para atingir um número grande de pessoas.
O filme se passa dentro do cérebro de uma garotinha.
Aqui, vou dar uma parada estratégica.
Se não viu o filme, pare de ler, sente-se confortavelmente em seu sofá, com um copão de pipoca e refrigerante e assista, depois volta e leia o resto da coluna, porque vem Spoiler por aqui.
Eu assisto esse filme toda vez que começo um novo Programa de Mindfulness, e cada vez observo coisas diferentes.
Voltando ao filme: se passa dentro de cérebro de uma bebê chamada Riley Anderson. As cinco emoções básicas vivem por lá: Alegria (Joy), Tristeza (Sadness), Medo (Fear), Nojinho (Disgust) e Raiva (Anger).
Existem bolinhas que são as memórias da menininha e toda noite as bolinhas são armazenadas de forma ordenada. As bolinhas têm as cores das emoções: amarelo para alegria, azul para tristeza, roxo para o medo, verde para o nojo e vermelho para a raiva. A emoção que predomina é a alegria, a final de contas é um bebê, não conhece tempo, presente, passado e futuro, tem poucas obrigações na vida, enfim, os anos mágicos da primeira infância.
São criadas alguns Mundos de Personalidade: Família; Brincadeiras; Amizade; Escola, e por ai vai. A Alegria não entende a existência da tristeza, ela não consegue realizar qual a função da Tristeza na vida daquele bebê, e durante boa parte do filme Alegria tenta impedir a Tristeza de chegar perto do Painel de controle, que rege a vida da menininha.
Isso é exatamente o que fazemos na nossa vida, tentamos impedir que a Tristeza chegue perto de nós.
Por quê?
A Tristeza tem uma função, quando estamos tristes nós nos abrimos aos outros, deixamos que nos acolham, nos protejam, nos abracem, nos cuidem.
A tristeza não dura muito tempo, é uma emoção rápida, pois logo alguém vem e traz a alegria para junto de nós.
No filme a Alegria entende isso quase no final, e juntas Alegria e Tristeza salvam a menina de viver um dos momentos mais críticos de sua breve existência: A Puberdade.
O Painel de controle da mente da criança quase triplica de tamanho.
Agora, ela já tem noção de tempo, espaço, certo ou errado, bom ou ruim, e por ai vai.
Aconselho que assista o filme Divertidamente e depois o RED, outro filme que fala de emoções.
Faça uma avaliação de seus momentos de tristezas e recorde-se das pessoas que te acolheram, que estavam juntas a você.
O Medo também é muito importante, sem o medo atravessaríamos a rua sem nem olhar se vem carro ou não.
Nossas emoções básicas devem ser vividas. Não negue a existência delas. Se precisar se acolher, acolha-se. Não deixe ninguém desmerecer seus sentimentos e emoções.
Te convido a usar um template do Instagram para fazer uma foto como essa minha.
Faça as “caretas” das suas cinco emoções básicas e sua “careta” normal.
Me marque quando fizer isso.
Cumprimente-se todos os dias pela manhã, faça um FIVE com você mesma no espelho do banheiro ou do quarto, para começar bem o dia, independente do seu humor.
Espero que você esteja feliz e saudável e livre do sofrimento.
Até a próxima coluna.
Escrevam seus comentários que vou ler um por um!
escrevi essa matéria com muito carinho, espero que gostem!