Maíra Cardi revela trombofilia: especialistas explicam como a condição silenciosa afeta gestantes
- Thamiris Vieira
- há 3 dias
- 2 min de leitura
A influenciadora Maíra Cardi está grávida e revelou recentemente que foi diagnosticada com trombofilia, condição que descobriu durante a atual gestação. O relato reacendeu um debate importante: o quanto essa condição silenciosa ainda é subdiagnosticada e impacta a vida de mulheres que sonham com a maternidade?

A trombofilia é uma predisposição a formar coágulos no sangue, os chamados trombos e pode ser de origem hereditária ou adquirida. “Durante a gravidez, a mulher já apresenta naturalmente um aumento no risco de coagulação. Se houver trombofilia associada, esse risco é potencializado, podendo comprometer a circulação na placenta e levar a complicações como abortos, pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal e até óbito do bebê”, explica Dra. Graziela Canheo ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana da La Vita Clinic.
A Dra. Paula Fettback ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida, explica que a trombofilia pode atrapalhar diretamente a formação adequada da placenta, essencial para o desenvolvimento saudável do bebê. “A condição pode causar a formação de microtrombos nos vasos placentários, resultando em abortamentos espontâneos, insuficiência placentária e outros riscos sérios para mãe e feto”.
Apesar da grande repercussão do diagnóstico de Maíra Cardi, especialistas alertam que nem todas as mulheres precisam ser testadas preventivamente. A investigação é recomendada principalmente em casos de histórico de abortos de repetição, trombose venosa, pré-eclâmpsia grave ou restrição de crescimento fetal. “O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue específicos e deve ser solicitado de forma criteriosa, respeitando a história clínica de cada paciente”, reforça a Dra. Graziela.
A boa notícia é que o diagnóstico não impede a realização do sonho da maternidade. “É totalmente possível engravidar e levar uma gestação tranquila com trombofilia, desde que haja acompanhamento médico adequado. O tratamento geralmente inclui o uso de anticoagulantes como heparina de baixo peso molecular e, em alguns casos, ácido acetilsalicílico (AAS), para evitar a formação dos coágulos”, destaca a Dra. Paula.
A experiência de Maíra Cardi reforça a importância do acompanhamento especializado. “Diagnosticar trombofilia no momento certo pode ser determinante para evitar perdas gestacionais e garantir o bom andamento da gravidez. Um pré-natal cuidadoso, aliado a um tratamento individualizado, protege a mulher e o bebê, oferecendo uma gestação mais segura”, finaliza Dra. Graziela Canheo.

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