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Foto do escritorMarisa Araujo

Manoela Ferrari lançou seu 12º livro, o 4º para o público infantil, na Livraria Argumento

Unidos somos um

A consciência para a coletividade é o mote do novo livro da jornalista Manoela Ferrari para o público infantil. O lançamento acontece no fim de novembro


O que têm em comum uma lasanha, uma orquestra sinfônica, um estojo de lápis de cor, uma colmeia, um exército, uma peruca, um time de futebol e a água do mar? Para a jornalista e escritora Manoela Ferrari, muita coisa. Todos são exemplos de “unidade” e são abordados pela autora em seu novo livro. Unidos somos um (Editora Jordem) é o quarto livro da escritora para o público infantil e o 12º título de sua carreira literária, iniciada em 2011. A obra pretende despertar nas crianças a importância da coletividade. A edição, com editoração e arte de Iron Ribeiro, chega às livrarias no fim de novembro.


No texto, os exemplos de unidade são elencados pelo Professor Nido numa aula de matemática sobre conjuntos. O interesse pela matéria será aguçado de forma diferente. Nido enumera exemplos que vão desde serviços prestados (como o da construção de uma casa) a curiosidades relacionadas ao Meio Ambiente, como a quantidade necessária de gotas para formar um oceano – sim, a ciência já fez essa conta.


Por se tratar de uma aula, ela acontece de forma interativa e isso inclui o leitor. Finda a leitura, a edição abre à criança a possibilidade de ela desenhar no próprio livro e traz, ainda, uma lista com curiosidades sobre os temas abordados.


O fio que conduziu a jornalista Manoela Ferrari à Literatura evidencia o legado potente de sua trajetória no território da linguagem. Repórter do Jornal de Letras há 20 anos, essa capixaba que trocou o Espírito Santo para estudar Comunicação Social na PUC-Rio carrega a certeza de que a força da palavra não será plena se não estiver envolvida por um amplo espírito coletivo.


Sua escrita está profundamente ligada ao interesse pelo ser humano. Mãe de Rafaella, há 30 anos, e de Eduardo, há 27, impossibilitada de ter mais filhos por um problema de saúde, Manoela começou a dar aulas como voluntária para crianças do Dispensário Santa Terezinha, em 1998. Lá, criou os personagens que começaram a se materializar em livros, anos mais tarde.Até então,todas as publicações de sua autoria eram direcionadas ao público adulto.


Impedida de estar com seus alunos nas rodinhas de leitura, nos anos da pandemia, a saída para romper o distanciamento foi colocar no papel as estórias que, oralmente, vinham sendo contadas nas salas de aulas, sempre elaboradas a partir de temas pedagógicos. E, assim, nasceram “O medo amigo” (2021), “Um Pingo fora do lugar” (2021) e “A dinastia das Abelindas” (2022), todos lançados pela Jordem.


Para Manoela Ferrari, a leitura (e, no mesmo sentido, a escrita) somente faz sentido se for acompanhada da capacidade de construir, pela via do afeto, uma ponte entre o coração e a consciência. Não por acaso os temas que escolhe trazer à luz estão ligados a questões éticas e humanitárias.


Tecelã atenta de uma arte cujo instrumento é a linguagem, assumindo, desde o início de sua trajetória no jornalismo cultural, um rigoroso compromisso com a sintaxe, a escritora partilha o território comum de quem mergulha fundo na condição humana, cujo elo fundamental de ligação é a palavra.


Em comum com os livros anteriores, “Unidos somos um” reafirma a recorrência de um modo de fazer literário onde o fio da linguagem renasce sob o comando firme da autora, reverberando a escuta do leitor como propósito fundamental. Nenhuma palavra está em seus textos por acaso. Não à toa, o nome do professor que aponta a necessidade de sermos mais unidos é Nido.


A escrita cuidadosamente elaborada somada a um enredo sofisticado que provoca a interação imediata com o universo cognitivo infantojuvenil trazem uma boa medida do seu talento. As muitas vozes de seus vários ofícios – jornalista, escritora, mãe, professora, pianista, dona-de casa– vocalizam um mundo a se dimensionar maior do que a própria vida. Vamos à reciprocidade da palavra. Escritor, livro e leitor: unidos somos um.

Sobre a autora:

Manoela Ferrari é jornalista e escritora, graduada em Comunicação Social e em Letras pela PUC (RJ). Formado em piano clássico pela Escola de Música do ES, Membro da Academia Espírito-santense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, trabalhou como repórter na hoje extinta TV Manchete e na TVE (hoje TV Brasil), tendo apresentado nesta última o “Caderno 2”. Assina há 15 anos a coluna “Livros e autores” no “Jornal de Letras”, para o qual colabora desde 2003. Estreou na Literatura com “Entrelinhas” (Consultor, 2011), ao qual, pela mesma editora, seguiram-se “Dr. Chagas - Depoimentos” (2012); “Yedda Maria Teixeira – Marcas do tempo” (2013); “Fotobiografia do Acadêmico Arnaldo Niskier” (2015); “Sinfonia de Sônia – Vida e obra da pianista Sônia Cabral” (2016); “Ilha do Frade – Paraíso Capixaba” (2019) e “A grandeza de Monteiro Lobato” (2019), entre outros.


Fotos de José Olímpio

Vídeo de Marisa Araujo



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