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Adaptação do clássico de Artur Azevedo chega ao Rio depois de percorrer o Brasil


‘Os Mambembes’, direção de Emílio de Mello e Gustavo Guenzburger, com Claudia Abreu, Camí Boher, Deborah Evelyn, Julia Lemmertz, Leandro Santanna, Orã Figueiredo e Paulo Betti no elenco, chega ao Rio de Janeiro. A temporada é de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h, até 22 de junho.



Uma adaptação da comédia clássica escrita pelo autor maranhense Artur Azevedo, que conta as aventuras de uma trupe mambembe viajando pelo Brasil. Essa história é vivida por um elenco de talentos consagrados composto por Cláudia Abreu, Camí Boher, Deborah Evelyn, Julia Lemmertz, Leandro Santanna, Orã Figueiredo e Paulo Betti, acompanhados pelo músico Caio Padilha. Na concepção contemporânea de Emílio de Mello, que divide a direção do espetáculo com Gustavo Guenzburger, a vida imita a cena, pois os Mambembe caem na estrada, literalmente. Desde novembro de 2024 já percorreram o Maranhão, Pará, Espírito Santo e Minas Gerais. Em apenas dez apresentações, já alcançaram um público estimado em mais de 18 mil pessoas, na maioria espectadores que tiveram o seu primeiro contato com o teatro. Criada originalmente para ser encenada em ruas, praças e parques, a peça ganha agora uma nova versão para salas de espetáculo. É com ela que os Mambembes tiveram a honra de abrir a 33ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, em março deste ano.


Um documentário sobre toda turnê, com direção da atriz Cláudia Abreu, está sendo produzido.



1904 – o tropeço


Em 1904 o texto de Artur Azevedo foi exaltado pela crítica e pelos intelectuais que, como o próprio autor, ajudaram a inaugurar a Academia Brasileira de Letras. Mas as multidões que costumavam disputar os ingressos dos outros musicais de Artur Azevedo não aceitaram de cara o refinamento do novo tipo de comédia musical proposta em ‘O mambembe’, e o espetáculo teve que fechar as portas depois de poucas apresentações. Assim como aconteceu com ‘O Rei da Vela’ de Oswald de Andrade, ‘O mambembe’ também se tornaria um marco do teatro brasileiro, mas apenas meio século depois de escrito.


1959 – A glória

Em 1959, o grupo do Teatro dos Sete escolhe O mambembe para fazer sua estreia, no mesmo Teatro Municipal sonhado por Artur Azevedo. Essa montagem marcou um dos maiores sucessos da história do teatro brasileiro. Recolocou Artur Azevedo no rol dos grandes dramaturgos nacionais e marcou a carreira de uma geração de artistas do chamado teatro brasileiro moderno. O italiano Gianni Ratto foi o responsável pela encenação estilizante e refinada do musical. Os atores do grupo Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Ítalo Rossi lideraram o elenco, que contava com cerca de outros 40 artistas contratados. O público ficou encantado com o que viu e lotou dezenas de milhares de cadeiras, em seis meses de temporada, transformando O mambembe definitivamente em um clássico da nossa dramaturgia.


2024 – A estrada

Cláudia Abreu e Emílio de Mello planejavam uma empreitada conjunta há muito tempo, e viram no texto de Artur Azevedo a chance de produzirem um espetáculo falando sobre teatro. Mas o espetáculo teria que mambembar na vida real, levando teatro para lugares em que os atores do Rio normalmente não conseguem trabalhar. Em algumas semanas, Cláudia e Emílio já estavam realizando leituras com atores amigos e poucos meses depois conseguiam, em parceria com o produtor Arlindo Bezerra, um patrocínio através de edital. Nessa hora surgiram os primeiros desafios: como encenar com apenas seis atores um texto que tem 80 personagens, linguagem do século XIX e estrutura de um grande musical em três atos? Foram necessários oito meses de trabalho na adaptação do texto original, realizada por Emílio em parceria com o dramaturgo Daniel Belmonte e o diretor e pesquisador Gustavo Guenzburger. Gustavo também foi convidado por Emílio a dividir com ele a direção do espetáculo.


Reuniu-se então um elenco de amigos, artistas com longa carreira de teatro que já trabalharam muitas vezes juntos e que teriam disposição para encarar com bom humor os percalços de um teatro itinerante. Essa rede de amizades e conhecimentos teatrais acabaram sendo fundamentais para que a trupe de oS mambembeS pudesse transformar em criação teatral os desafios de uma encenação verdadeiramente contemporânea para o clássico de Artur Azevedo. O revezamento entre intérpretes e personagens é central nessa proposta. Alguns personagens, por exemplo, são representados por quatro ou cinco atores e atrizes ao longo da peça. Mais do que viabilizar a montagem, a troca de papéis estabelece uma linguagem de jogo e liberdade criativa que define o tipo de teatro que se deseja homenagear.


“Montar O Mambembe com amigos queridos era um sonho antigo. Uma celebração ao teatro e à alegria de atuar”, afirma Claudia Abreu, idealizadora do projeto com o diretor Emílio de Mello, que acrescenta: “O Mambemde é um clássico brasileiro. Fizemos um espetáculo pensando no público em geral, seja ele popular, sofisticado e de todas as idades.”


O espetáculo articula ainda diversas camadas de tempo e de estilos teatrais. A farsa, a commedia dell’arte, o realismo tchekoviano, a desconstrução do aqui agora, programa de auditório, melodrama, metalinguagem – todas as ferramentas que os atores puderem dispor estarão sendo manejadas na tarefa de destrinchar com olhos de hoje o clássico de Artur Azevedo. “Os Mambembes é um CONFRARIA Artística muito feliz!”, completa o diretor.


Créditos / Fotos: Cristina Granato
Créditos / Fotos: Cristina Granato

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