Exposição Abraço Coletivo reúne mais de 370 artistas no Rio de Janeiro

A quarta edição da mostra coletiva acontece na Lanchonete<>Lanchonete e convida artistas de todas as linguagens visuais a apresentarem suas produções

A exposição coletiva Abraço Coletivo, projeto idealizado pela curadora Paula Borghi, chega à sua 4ª edição e conta com a participação de mais de 370  artistas visuais. A abertura da mostra acontece no dia 17 de julho de 2025, na Lanchonete <> Lanchonete, no bairro da Gamboa, no Rio de Janeiro. Com o propósito de valorizar a coletividade como ferramenta de mobilização e transformação, o Abraço Coletivo rompe com a lógica tradicional das curadorias pautadas por recortes temáticos ou seleções críticas.  O projeto propõe uma experiência artística que valoriza a coletividade como ferramenta de mobilização e transformação social, rompendo com os formatos tradicionais de curadoria. “A Lanchonete <> Lanchonete é uma associação cultural que há quase dez anos desempenha um papel de impacto artístico, educacional e social no bairro da Gamboa, sobretudo na vida das crianças e mães solos do território. Realizar a quarta edição do Abraço Coletivo na Lanchonete <> Lanchonete é uma forma abraçar o projeto, dar visibilidade, angariar recursos - uma vez que várias obras estarão à venda - e posicioná-lo dentro da agenda cultural do Rio de Janeiro. É trabalhar com arte como afeto de transformações sociais”, destaca Paula Borghi organizadora do projeto.

Reconhecida por sua atuação em arte e impacto social na região da Pequena África, a Lanchonete<>Lanchonete cede integralmente seu galpão para a exposição, durante o recesso do programa “Escola por vir”. A curadoria desta edição é assinada por Ana Carla Soler, Bruna Costa, Fabíola Martins, Fabrício Faccio, Paula Borghi, Paulo Farias e Priscilla Casagrande. Criado em 2017 no extinto Espaço SARACURA, no Rio, o Abraço Coletivo já passou por São Paulo em duas edições, reunindo centenas de artistas em cada uma delas — e reforça, a cada edição, seu compromisso com uma prática artística aberta, inclusiva e horizontal.

Na mostra qualquer artista pode se increver para participar, desde que respeite as diretrizes da chamada, como o envio de apenas uma obra por pessoa, sem discursos de ódio, e dentro de dimensões específicas. O Abraço Coletivo é uma exposição com o propósito de afirmar as potencialidades de se trabalhar com arte de forma livre e autogestionada. “Realizar o Abraço Coletivo na Lanchonete <> Lanchonete promove a confluência de diferentes públicos; comunidade local, artistas locais e de outras localidades, pesquisadores, amigues e muitos visitantes; e funciona como uma poderosa ferramenta de mobilização social e política por meio da arte. O Abraço Coletivo ativa diálogos que atravessam o sensível e o político. Trata-se de criar um espaço expositivo vivo, de construção coletiva com a nossa comunidade do território da Pequena África, ressalta Thelma Vilas Boas que trabalha a frente do espaço.

A mostra Abraço Coletivo tem entrada gratuita e ficará em cartaz até dia 26 de julho, com obras disponíveis à venda. No dia da abertura, logo após a vernissage, haverá uma festa comemorativa no Bar Dellas, parceiro de longa data da Lanchonete <> Lanchonete. A festa começa às 22h e conta com pocket show de Azula seguido dos DJs Ursinho e Ademar Britto. Entrada gratuita.

SOBRE A LANCHONETE <> LANCHONETE

A Lanchonete<>Lanchonete (L<>L) é o nome dado a um dispositivo artístico mobilizado pela artista Thelma Vilas Boas em 2017 na Pequena África, bairro Gamboa, no centro da cidade do Rio de Janeiro; se configurando em uma Associação Cultural sem fins lucrativos em 2019. Por promover o desenvolvimento artístico de crianças, jovens e mulheres negras mães solo residentes em ocupações da região, recebeu a Medalha de São Sebastião pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a Moção Honrosa pela Câmara Municipal RJ e hoje em dia é considerada um espaço cultural de Utilidade Pública na cidade. Sua produção artística esteve presente nas duas últimas edições da ArtRio, na Galeria REOCUPA em SP e em Tiradentes, na Biblioteca Mario de Andrade em SP, no Primeiro Programa de Residência da Casa do Povo SP, no Ciclo Selvagem realizado no MAM - RJ, na feira TIJUANA entre outras coletivas.

SOBRE A CURADORIA

Paula Borghi é curadora idealizadora do Abraço Coletivo e doutoranda bolsista pelo CNPq e Mestre em Artes Visuais na linha de História e Crítica de Arte pelo PPGAV/UFRJ, Bacharel em Artes Visuais pela FAAP. Realizou curadorias em instituições como Casa das Rosas, Museu das Culturas Indígenas, Biblioteca Mário de Andrade, Centro Cultural São Paulo, Casa de Cultura do Parque, Paço Imperial, Paço das Artes, Palácio das Artes entre outras. Foi curadora adjunta da 11# Bienal do Mercosul em Porto Alegre e curadora convidada do Centro Cultural Hellerau no Projeto Brasil na Alemanha, assistente curatorial de Ibis Habascal na 12# Bienal de La Havana, curadora da Residência Artística do Red Bull Station, idealizadora do Projecto Multiplo premiado pelo Rumos Itaú Cultural. Desde o ano passado é curadora do setor Brasil Contemporâneo na ArtRio.

Ana Carla Soler é curadora e pesquisadora. Graduada em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Direção e Gestão de Marketing pela Universidade de Barcelona, especialista em Marketing Digital pela ESPM. Tem sua pesquisa direcionada à presença das mulheres no ensino e sistema da arte. Em 2023, foi selecionada para a Residência de Pesquisa do Instituto Inclusartiz. Em 2022, foi premiada no Edital OMA de curadoria, com o projeto de exposição “Houve-me”. Assinou a curadoria de exposições em instituições como Museu de Arte do Rio (MAR), Casa Fiat BH, MAMAM Recife, Centro Cultural PGE-RJ, ArtRio, SESC Rio de Janeiro, Parque das Ruínas (Parque Glória Maria), Centro Mari Antônia – USP, Oficinas Culturais Oswald de Andrade. Ministra cursos que investigam as relações entre a Arte e a Comunicação. É co-criadora do projeto digital Elas Estão Aqui, curadora no Coletivo Artistas Latinas e parte do coletivo MOTIM – Mito, rito e cartografias feministas nas artes.

Bruna Costa é curadora independente, historiadora da arte e professora. Formada em História da Arte pela Escola de Belas Artes da UFRJ com período sanduíche na Sapienza University of Rome, na Itália, e mestre em Artes Visuais também pela UFRJ, com pesquisa sobre cor e cultura material em Hélio Oiticica. Foi gerente do ateliê do artista Ernesto Neto entre 2020 e 2023 e professora EBTT do CEFET/RJ campus Nova Friburgo entre 2023 e 2024. Entre os projetos mais destacados, estão a co-curadoria de “Ainda Viva” na Casa de Cultura do Parque (SP, 2024), do “Abre Alas 18” da galeria A Gentil Carioca (RJ e SP, 2023), e de “Zil Zil Zil” no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica (RJ, 2022), além da coordenação do 1º e 2º Seminário Casa Pública em 2023 e 2024 (RJ). Lecionou cursos livres pelo SESC Rio, publicou textos críticos em revistas e compôs o Comando Nacional de Greve durante a Greve Docente Federal do Andes-SN em 2024.

Fabíola Martins R. é pesquisadora, curadora e gestora. Licenciada em Desenho e Plástica pela Escola de Design (UEMG), especialista em História da Arte pela PUC-Minas e em Design Instrucional pelo Instituto de Desenho Instrucional (PR). Atualmente, coordena a Bolsa de Residência Educativa no Instituto de Arte Contemporânea (SP). No último ano, como curadora, apresentou as exposições: “Tudo é Rio”, individual de Massuelen Cristina, no Museu de Artes e Ofícios SESI (BH); “abrir-se um abutre ou mesmo quando deduzir dele o azul”, Edital Novos Artistas, no Memorial Minas Vale (BH); “Reencaixe”, individual de Natan Dias, na Galeria Homero Massena (ES); e “Gestos de amor, práticas de sedução” (2024), na Galeria Almeida & Dale (SP). Além disso, participou de comitês de seleção em editais que fomentam exposições coletivas e individuais, entre eles o Comitê de Indicação Prêmio Pipa de Arte Contemporânea, Ano 16 (2025).

Fabricio Faccio é historiador da arte pela Escola de Belas Artes da UFRJ, com intercâmbio na Universitat de València, arte-educador formado pela EAV Parque Lage e mestrando em Artes Visuais pelo PPGAV/UFRJ. Curador, produtor de exposições e gestor de projetos culturais com experiência em planejamento, execução e coordenação de mostras em instituições como o Paço Imperial e o Museu Histórico da Cidade. Atualmente é diretor artístico da Cássia Bomeny Galeria, onde coordena projetos expositivos e acompanha artistas em suas trajetórias. Foi produtor institucional na Anita Schwartz Galeria de Arte, responsável por exposições de médio e grande porte. Sua pesquisa curatorial se concentra nas interseções entre arte, natureza e cultura, com ênfase em processos colaborativos, práticas espaciais e mediação crítica.

Paulo Farias é gestor cultural, curador e fundador e presidente do Instituto Artistas Latinas, instituição cultural dedicada à pesquisa, acervo e educação em artes visuais com foco em produções femininas latinoamericanas. Tendo como missão fomentar uma história da arte mais equitativa e inclusiva, o Instituto produz conteúdos e projetos que auxiliam na construção de uma teia de conexões entre as diferentes personagens do ecossistema artístico nacional e internacional, realizando ações em espaços como o Museu de Arte do Rio, o Museu de Arte Moderna do Recife e o Sesc Rio, além de espaços como Centro Cultural Correios/RJ, Centro Cultural PGE/RJ, entre outros.

Priscilla Casagrande é jornalista, pesquisadora e curadora independente. É bacharel em Comunicação Social pela PUCRS e mestranda em Artes Visuais na linha de História e Crítica da Arte pelo PPGAV/UFRJ. Jornalista com mais de 19 anos de experiência em rádio, TV,  jornal e instituições. Atualmente é responsável pela Assessoria de Imprensa do Museu de Arte do Rio (MAR/RJ). Também presta consultoria em comunicação para instituições, exposições e artistas. Em 2022 assinou a assistência de curadoria da Exposição Imersiva "Monet - Le Rêve", que aconteceu em São Paulo e lecionou curso para artistas visuais na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. É colaboradora no caderno de cultura do Jornal Correio do Povo. Ao longo de sua trajetória vem trabalhando com consultoria em comunicação, onde atua com processos artísticos e jornalísticos voltados para a democratização da cultura, arte e educação.   

SERVIÇO

Abraço Coletivo

Abertura da exposição: 17 de julho (quinta-feira), das 18h às 22h

🖼️ Visitação: 18 a 26 de julho, das 13h às 19h

📍 Local: Lanchonete <> Lanchonete – R. Pedro Ernesto, 16 – Gamboa, Rio de Janeiro

🎟️ Entrada gratuita | 👥 Classificação: Livre

Festa de Abertura: BAR DELLAS, 17 de julho, 22 horas – entrada gratuita

Com pocket show de Azula seguido dos DJs Ursinho e Ademar Britto