Os moradores da Barra da Tijuca comemoraram a passagem de ano com uma Pauta que trouxe à baila a emancipação da região e o impeachment do prefeito Eduardo Paes (PSD). Saturados com os problemas que enfrentam no dia-a-dia, agravados pelos constantes acidentes envolvendo o BRT, motivou cidadãos indignados, iniciar um abaixo-assinado pedindo o afastamento do prefeito.
Já acostumados com os frequentes congestionamentos e a insegurança, os apoiadores da Emancipação, aproveitaram o momento em que estavam reunidos comemorando o Réveillon, para conversar sobre as constantes matérias publicadas nos jornais e nas mídias sociais, tendo como foco a possibilidade do impeachment de Paes.
Um dos idealizadores da proposta de Emancipação o jornalista e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI Roberto Monteiro Pinho, explica que anos atrás, foi implementado um plano diretor para a Barra. "Ocorre que o ideal urbanístico do arquiteto Lucio Costa foi tragado pela voracidade do mercado imobiliário a partir dos anos setenta. Na época o plano original trouxe uma surpresa, a ponto de seguidores do arquiteto, negar ter concebido nada do que estava sendo construído. No entanto o traçado original, se fosse respeitado, priorizando amplos espaços, proteção ambiental e limite de ocupação do solo, a Barra estaria bem melhor."
Indignada população quer o Impeachment de Paes
Na opinião de Monteiro, a pressão dos moradores junto a municipalidade tende aumentar no início desde ano. Mas todo planejamento e o processo legal e mobilização passa prioritariamente pelo crivo da comunidade, principalmente as mais açodadas pelo desleixo público, onde o trânsito e a segurança são os principais vilões dos moradores e os envolvidos na cadeia produtiva. “Temos que ouvir todos, dialogar, e agregar os vocacionados pela causa ambiental, empreendedora, social, e realizar debates com esses temas, para exaurir os assuntos, e com isso conscientizando, sobre os objetivos comuns” - explica
O Manual da Emancipação que em breve será apresentado a comunidade, traz informações sobre a proposta e um completo dossiê, onde estão alinhados os pontos açodados, explicando que a região é economicamente independente, reúne grandes Shoppings, e um número surpreendente de restaurantes e casas noturnas, fazendo com que o entretenimento, seja um agregador de postos de trabalho e impulsores da economia local.
Na “Década de 70” o país apontava taxas de crescimento de 10% tendo o automóvel como prioridade. A realidade mudou, veio o barulho, poluição, esgotos a céu aberto, condomínios ocupando áreas que deveriam ser preservadas. Foi proposto um Plebiscito em 1988, quando faltou número suficiente para sua provação. Para os emancipacionistas, hoje o cenário é outro, os problemas se agravaram, existe as mídias sociais, e apoio das comunidades, ambientalistas e lideranças da Região.
Prefeitura não investe na Região da Barra da Tijuca
A Região precisa de comprometimento público, sair do marasmo das promessas, que não são cumpridas, sempre na carona de eventos ambientais, com apresentação de estudos, com base em uma parafernália visual, exibindo layout que na prática nunca acontece.
Monteiro reclama que o prefeito e seus aliados deveriam andar de ônibus, BRT, trafegar por suas avenidas, e sentir o quanto é insuportável ficar retido em intenso congestionamento, e também refém de assaltos. Visitar as comunidades, onde está a base da cadeia produtiva, sem a qual não existiria progresso. “É preciso dar a resposta à altura da sua contribuição” - frisa.
O sonho da de transformar a Barra na Miami brasileira renasceu. Da mesma forma sua independência de se tornar uma cidade. Seus habitantes sabem disso, por essa e outras razões estão integrados no processo da Emancipação. A região foi projetada, com o olhar de preservação ambiental, mas com a chegada das construtoras nos anos noventa no auge da histeria urbanística, hoje amarga as consequências.
Da Editoria/Biblioteca Nacional/ ANIBRPressImagem: Arquivo
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