“A Malungo Artesanal é uma empresa que produz principalmente cadernos artesanais e cuja missão é contribuir na difusão da cultura negra , seja ela africana ou afrodiaspórica, através de seus produtos.
Nascida oficialmente em novembro de 2019, a Malungo Artesanal é o fruto de um sonho que vinha sendo gestado por seus fundadores - o economista e mestre em Ciências Sociais Lucas Ramos e a designer e mestre em Relações Étnico Raciais Roberta Calixto - há bastante tempo. Lucas encontrou na feitura dos cadernos uma atividade que lhe auxiliou em um momento bastante difícil de sua vida pessoal. Aos poucos, os cadernos que fazia com temas diversos e por passatempo, geralmente oferecidos aos amigos como presentes, começaram a ser demandados como produtos. Lucas há muito insistia para que Roberta adentrasse com ele nessa empreitada. No entanto, a designer, que já tinha visto os ambientes de produção das gráficas, ficava ressabiada em estar a frente de um negócio que há muitos anos explora especialmente o povo pobre e negro. Foi a partir desse debate que surgiu a ideia de criar uma empresa que valoriza a cultura negra e que inclui pretas, pretos e pretes nas capas, nos conteúdos e na produção dos cadernos.
Colocando-se como uma empresa antirracista por definição, a Malungo Artesanal busca criar linhas que evidenciem a vida e o trabalho de pessoas negras e foi assim que, um dia, os caminhos da Malungo Artesanal cruzaram com o Fotógrafo Léo Felipe e seu projeto “Toda Alma é Raiz”.
“Após o lançamento da linha Pretas do Brasil, em 2019, estávamos em busca de algo que nos inspirasse para criar a nova coleção. Foi quando cruzei com as fotos do Léo no twitter e percebi o potencial de lançarmos uma linha que tratasse de imagens que nós, como pretos e periféricos, conhecemos tão bem. Não são fotos das modelos negras “exóticas” que encontramos em editorais de moda. São pessoas reais. É a D. Nina tomando sua cervejinha no muro de casa e olhando a vida”. É a Tefinha cuidando de seus cabelos. São cenas reais. Quando mostrei ao Lucas, ele imediatamente topou a ideia, e o Léo também nos aceitou de pronto. Tava nascido o projeto” (Roberta)
A linha Cotidiano Preto nos trouxe muita alegria, especialmente porque ela expressa com muita força o que é a Malungo: é preta, é periférica, é antirracista, é a subversão dos padrões estabelecidos por uma sociedade que tenta impor padrões inalcansáveis de beleza até mesmo entre a população negra que já é excluída do cânone da beleza de inspiração europeia e colonizadora.”
Fotos Leo Felipe redacao@ultraverso.com.br
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