Aquariana, de 04 FEV, com ascendente em Peixes, eu, Lucia de Oliveira Fernandes, nasci há 77 anos, em breve “80 menos 2”, na Praça Onze, mas nem assim me considero fanática por Carnaval. Assisti, durante alguns anos seguidos, aos desfiles das Escolas de Samba, a primeira vez ainda na Av. Presidente Vargas, quando a Beija-Flor conquistou seu primeiro título na elite do carnaval, e a última com as arquibancadas ainda de madeira, no Sambódromo.
Como foram quatro campeonatos seguidos da Beija-Flor, adotei essa escola como minha favorita. Em 2020, desfilei pela Acadêmicos da Rocinha, na ala dos deficientes visuais da ONG Girassol. Nada programado, foi um convite de última hora.
Formada em Fonoaudiologia, Pedagogia, Direito e especialista em Educação, nem preciso dizer que adoro estudar. Acho que por isso sou perfeccionista, mas sem o TOC.
Sendo muito brincalhona, digo que fiz os cursos “de olho na beca e no capelo.” Explico: o primeiro, na época, era denominado Logopedia e considerado um curso livre. Não teve beca.
No segundo, uma comissão decidiu que seria uma beca estilizada: calça comprida preta com uma bata. Fiquei tão frustrada que resolvi cursar Direito. Dito e feito: não mexeram na clássica beca com o capelo.
Mas o que gosto mesmo é de ensinar, dar aulas, principalmente alfabetizar crianças e adultos. Daí o mestrado lato-sensu em Educação. Fui professora do Município do RJ por 11 anos. Dei aula em escolas nos bairros da Penha, Cordovil, Higienópolis e Botafogo, até que pedi exoneração e fiz concurso para uma empresa de economia mista, pela qual me aposentei após 18 anos.
Considero-me privilegiada por ter tido pais, Luarlindo e Hilda, até os 65 anos de idade, casados por 71 anos. Eram apaixonados e eu, e meus dois irmãos, fomos criados em um ambiente de muito amor. Luarlindo (não posso ver uma Lua Cheia que me emociono) faleceu aos 92 anos, em 2011, e Hilda, aos 96, em 2019. Foram meus melhores amigos. Como me aposentei aos 47 anos, sabe aqueles programas que ficam melhores se você estiver acompanhada por amigos? Pois é, íamos juntos. Além dos clássicos passeios em shoppings, cinemas, teatros, feiras, exposições de artes (no Rio e em SP), restaurantes... fomos à roda gigante do Forte de Copacabana; ao show de Rod Stewart, na Jeunesse Arena, antiga HSBC Arena, em 2008); ao show de Alanis Morissetti, no Qualistage, antigo Metropolitan, em 1996. Além da companhia deles, eu adorava não enfrentar fila, em razão da idade deles e do carisma do casal.
Casei-me em 1968, tive meu único filho - Daniel, em 1971, pedi o desquite (sim, que nome horrível) em 1975, o divórcio em 1986 e fiquei viúva em 2000.
Não gosto de apelidos, não chamo ninguém por apelido, mas respeito se for um nome artístico. Sou conhecida por Lucia Fernandes.
Procuro ser generosa com os que estão ao meu redor. O que mais gosto de fazer na vida é viajar, mas não gosto de ficar voltando a lugares que já conheço. A exceção é Nova York. Conheço trinta e três países de todos os continentes, exceto o africano. Gosto tanto de viajar que se tivesse dinheiro infinito por duas horas, compraria uma volta ao mundo em oitenta dias.
Em uma viagem ao Japão, em uma excursão, em 1993, encontrei com o Fernando Henrique Cardoso. Ele era Ministro das Relações Exteriores na época, estava chegando, acompanhado de alguns japoneses, e o meu grupo saindo. Era um Palácio famoso. Pedi uma foto e ele só tirou comigo.
Uma das paisagens mais lindas que já vi na vida foi a entrada para o terceiro palácio da Cidade Proibida, em Pequim, que aparece no filme “O Último Imperador”. Amo o meu Brasil e se fosse obrigada a morar fora, escolheria Mônaco.
Não tenho pets, mas já convivi com vinte e dois beagles, na casa do meu irmão mais velho em Atibaia; um papagaio chamado Vasco, xodó dos meus pais, e, atualmente, convivo com o Cebolinha, que era da Fátima, mãe da minha nora, já falecida, e agora dela - Rafaela, da netinha Cecília e do meu filho Daniel.
Minha cor predileta é o vermelho, cor escolhida para o vestido de casamento de meu filho, que uso na foto da capa.
Ser avó me apanhou de surpresa, pois Cecília nasceu quando os meu filho e minha nora iam completar 13 anos de casados. Foi muita emoção e agradecimentos a Deus Pai. Acho que minha Fé, inabalável, me fez merecedora dessa benção.
Por isso meu lema é: “O futuro a Deus pertence”. Nunca fiz planos a longo prazo na minha vida: ela foi se encaminhando naturalmente, foi acontecendo.
Olhando para trás, tenho muito orgulho de tudo que fiz. Que venha 2024!
Capa produzida por Monique Souza - Instagram: @moniquejjmakeup
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