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Por Rozangela Silva

Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul abriu em grande estilo no Cine Odeon.


A 12ª edição do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas, recebeu em sua abertura a ativista Angela Davis, convidada especial da mostra, que começou ontem no Rio e irá até 3 de novembro.

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas, é um festival audiovisual com a temática negra, com filmes de curta, média e longa-metragem vindos de vários continentes. É hoje a mais valiosa atividade do Centro Afro Carioca de Cinema, orquestrado por Biza Vianna. O festival, traz o nome do ator e cineasta que o idealizou o projeto, Zózimo Bulbul, falecido em 2013. Deixando um legado imensurável com o maior festival de cinema negro do Brasil. Zózimo tem um histórico marcante, um legítimo representante da raça negra, emblemático deixou sua chancela em “Terra em Transe”, de Glauber Rocha”, e “Compasso de Espera”, de Antunes Filho, é ainda diretor de “Alma no Olho” e do longa documental “Abolição”, e isso apenas pra citar alguns trabalhos.

Angela Davis, voz atuante no Black Panther (Pantera Negra) veio para abertura do festival, como palestrante com o tema: “A Liberdade é uma Luta Constante” e para autografar o livro “Uma Autobiografia”. Pela 1ª vez no Brasil, Angela recebeu pela Deputada Estadual Renata Souza a Medalha Tiradentes, recebendo a placa pelas mãos de Luyara Franco (filha única de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018). Angela afirmou que o Rio sempre esteve em seu imaginário, pelo carnaval, o Pão de Açúcar, Copacabana e a Garota de Ipanema. Mas também pela vida das pessoas nas favelas, onde se identificava, pela luta de sobrevivência. “O Rio de Janeiro, essa cidade espetacularmente bonita é, em primeiro lugar, a cidade de Marielle Franco”, alegou, sendo em seguida ovacionada por em torno de 600 pessoas no cinema. Do lado de fora do Odeon, cerca de 500 pessoas, assistiam um telão, posto em frente ao cinema, na Cinelândia.

Outros nomes expressivos do cinema negro internacional estão representados na mostra, do Senegal, Quênia, Ruanda, Burkina Faso, África do Sul, EUA, Sérvia, Alemanha, França, Colômbia e México. Além claro, de brasileiros, com realizadores do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Curitiba, Pará, Brasília, entre outros. Com direito à exposição fotográfica de Zózimo Bulbul, palestras, oficinas e a exibição de 143 filmes, sendo 103 brasileiros e 40 internacionais. Mas outra estrela brilhou ontem, a atriz negra Léa Garcia, figura lendária com 60 anos de carreira ininterrupta como atriz de cinema, teatro e tv – foi também a grande homenageada nessa edição, com filme, flores e galardão.

"Tive a honra de estar no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas, ontem. Que esse ano completa 12 anos e pela primeira vez, veio totalmente coordenado por mulheres, com Biza Vianna na direção executiva, Viviane Ferreira na direção artística e Janaína Oliveira e Carmen Luz na curadoria. Prazeroso encontrar com veteranos da arte e ícones da cultura negra nessa festa de grande relevância para nossa cultura", atestou o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos.

É ou não é pra sentir orgulho?? Vida longa ao Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas.

Fotos de Rozangela Silva


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